Em entrevista ao Diário do Nordeste na segunda-feira (15), o Consultor Célio Fernando da BFA afirma que a reforma traria sim certo impacto nas contas da administração estadual. Entretanto, como o Governo do Ceará já implantou seu próprio regime, a redução de gastos não deverá ser tão grande quanto o Ministério da Economia prevê, caso os estados sejam incluídos no texto da reforma. Estima-se que essa redução com a aposentadoria de funcionários públicos seja cerca de 33% menor do que previsões feitas pela equipe de Paulo Guedes.
A previsão inicial do Ministério da Economia era de R$ 9 bilhões. Contudo, a expectativa é que o Ceará ganhe uma economia de R$6 bilhões ao longo do período de transição dos modelos previdenciários se a reforma tratasse do sistema dos estados. O Governo do Estado já aplicou algumas das condições previstas na reforma e que poderiam gerar impacto econômico maior nas contas públicas, segundo explicou o economista.
De acordo com o economista, o Ceará já alterou a alíquota de contribuição dos servidores para os 14% propostos pelo Governo Federal no regime geral.
“A reforma teria impacto, claro. Você teria a idade mínima de aposentadoria elevada e ela teria uma repercussão de pessoas pagando por mais tempo, e isso é uma economia para os estados. Mas a contribuição dos servidores no Ceará já é de 14%, então isso já reduziria a previsão de economia em relação ao que o Governo Federal anunciou”, disse Célio. “Os R$ 9 bilhões previstos, caso o Senado decida incluir os estados, cairiam para R$ 6 bilhões”, concluiu.
Ainda segundo Célio Fernando, a ascensão da idade mínima para servidores também não deverá gerar a economia prevista pelo Governo Federal em razão de que os servidores do Ceará se aposentam com uma idade considerada acima da média.